terça-feira, 27 de março de 2012

Cheiros da memória...

Quem nunca sentiu determinados cheiros que remetem a todos os tipos de lembranças?
Não tô falando só de perfumes ou comidas, não. Tô falando de cheiros bem característicos que fez parte de nossas vidas desde a primeira infância, até os dias de hoje.
Por exemplo, para mim, não tem como não lembrar do natal quando sinto cheiro de tinta fresca, tanto para parede como para ferro (para pintar portões), pois era nessa época que os moradores da minha rua e também da minha família (meus pais) pintavam suas casas para "as festas" sem falar no cheiro do latex da  boneca nova que eu ganhava nesse dia; o cheiro do cimento úmido e do cal molhado, me lembra as reformas que meu pai fazia em nossa casa, aumentando aqui e ali para que comportasse melhor a família e enchesse de orgulho minha mãe, com sua nova cozinha; o cheiro das galerias de esgotos, quando passava com a minha avó pelas ruas do interior; o cheiro do café no final da tarde, quando o Sol estava se pondo e iluminando suavemente a vegetação desse interior; o cheiro da fábrica de biscoitos Pilar convidando a saborear as delícias que eram fabricadas ali; o cheiro da soja invadindo o bairro em torno da fábrica da Sambra, que fazia óleo de cozinha;  e, por fim, o cheiro da gasolina que vinha do Posto Esso, que anunciavam o desenvolvimento do planeta.
Essas e outras impressões sobre o cheiro, me vieram outro dia, por acaso, quando minha alma foi invadida por um  aroma de cimento molhado e que, em meio ao estresse das ruas, me levaram de volta ao meu pequeno lar da infância,  que meu pai,  como disse antes, reformava sempre para torná-lo o melhor possível e onde eu não tinha medo de nada. Não tinha medo de escuro, nem temia trovoadas...
Essas lembranças  construíram minha identidade e  me trazem  conforto e segurança quando me sinto desamparada.
E você, qual o seu cheiro?

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